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Política

Autárquicas 2015: Agostinho Lopes pode baralhar as contas na Praia

Agostinho Lopes pode atrapalhar as contas do MpD para a Câmara Municipal da Praia. O ex-líder do maior partido da oposição, que diz desconhecer qualquer movimentação nesse sentido, não descarta contudo a possibilidade de avançar com uma candidatura em 2016.
Com entrada no ano pré-eleitoral, começa a notar-se uma série de movimentações em torno da listas para as diferentes eleições que se avizinham em 2016: legislativas, presidenciais e autárquicas.
No MpD, embora haja ordens taxativas de Ulisses Correia e Silva para que todos se mantenham “com calma”, até o despoletar do processo formal de candidaturas, mesmo assim, alguns ventoinhas começam a movimentar-se no sentido de encontrar os candidatos que, do seu ponto de vista, melhor servem às aspirações do partido.
É o caso da Câmara Municipal da Praia, lugar apetecível, tendo em conta a saída, para breve, de Ulisses Correia e Silva, para se dedicar exclusivamente ao partido e lançar-se à conquista do Governo em 2016. A NAÇÃO sabe que um grupo já está no terreno a angariar apoios no sentido de convencer Agostinho Lopes a entrar na corrida para a CMP.
Contactado por A NAÇÃO, o ex-líder do MpD diz desconhecer essas movimentações mas não descarta, de todo, a possibilidade encabeçar uma candidatura ao maior município do país. “Até esta ninguém me convidou, mas nunca se deve dizer nunca”, afirmou, recorrendo a um velho adágio, sem deixar de sublinhar que, até este momento, não há nada de concreto. “Pode ser que estejam pessoas no terreno com esse propósito, mas até esta ninguém me disse nada”, garantiu.
Perguntado se estaria disponível para abraçar um tal desafio, o ex-líder ventoinha diz que de momento não tem nenhuma motivação especial, mas “na vida nunca se deve dizer nunca”.
Entretanto, A NAÇÃO sabe que o grupo começa a movimentar-se e dá sinais de querer apostar em Agostinho Lopes para a CMP. Tal sector destaca o “forte” capital político do antigo dirigente máximo dos ventoinhas e na sua “grande” implantação nas bases, para preparar uma candidatura “ganhadora” nas próximas eleições autárquicas.
Mas, para além de uma eventual candidatura de Agostinho Lopes, Óscar Santos e Gilberto Silva podem também estar na calha.
Num quadro de normalidade, Óscar Santos seria o sucessor natural de Ulisses Correia e Silva, por ser neste momento o número dois da CMP. Mas contra esse vereador (finanças) joga o facto de se ter debandado, numa determinada altura, para os lados do PCD. Volvidos todos estes anos, os militantes mais ferrenhos do MpD mostram-se, ainda hoje, relutantes em perdoar os “traidores” e “dissidentes” de 1994-95.
Já o outro vereador, o do ambiente, Gilberto Silva, pode tirar proveito da sua condição de coordenador da comissão política do MpD na Praia para capitalizar apoios para uma candidatura à Câmara Municipal da Praia.
Neste momento em que já se notam algumas movimentações nos bastidores com vista às próximas eleições no país, alguns militantes do MpD consideraram que já é tempo de Ulisses Correia e Silva deixar a Câmara para se dedicar exclusivamente ao partido. Para eles, as eleições ganham-se com organização e trabalho de véspera. E, acima de tudo, muito contacto com as bases e com o eleitorado.

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