Portugal e Cabo Verde vão renovar a cooperação bilateral entre 2016 e 2019, abrangendo áreas diversas como Saúde, Educação e Justiça, anunciou hoje o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, no final da III cimeira, que decorreu em Lisboa.
“Foi dada continuidade à nossa cooperação bilateral, com a decisão de iniciar já a negociação com vista ao novo programa de cooperação para 2016-2019. Esse novo quadro contratual irá privilegiar áreas como a educação, a saúde, a segurança e a justiça, a energia e os assuntos do ar”, disse Passos Coelho, na conferência de imprensa no final da III cimeira luso-cabo-verdiana, no âmbito da qual os governos português e cabo-verdiano assinaram 11 instrumentos de colaboração.
A cooperação futura, adiantou o chefe do executivo português, “alinhará as suas prioridades com o documento estratégico de crescimento e de redução de pobreza de Cabo Verde, bem como com o conceito estratégico de cooperação portuguesa até 2020”.
Passos Coelho salientou que o encontro “permitiu constatar a excelência das relações bilaterais entre os dois governos e entre os dois estados”, destacando que a parceria estratégica entre Lisboa e Praia é “uma parceria privilegiada”.
Também o primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, classificou as relações bilaterais de “nível de excelência”.
“Cabo Verde e Portugal têm cooperado em domínios sensíveis de desenvolvimento dos nossos dois países, com um impacto grande na transformação de Cabo Verde, que é hoje um país de rendimento médio e devemos esse percurso em grande parte à parceria e contribuição estratégica de Portugal para a transformação das nossas ilhas”, salientou.
José Maria Neves apontou que “as áreas do agronegócio, das energias renováveis, das economias criativas são as áreas do futuro” em que os dois países devem “continuar a cooperar”, envolvendo não só os governos, mas também as universidades, organizações não-governamentais, fundações, empresas e sociedade civil.
Passos Coelho também sublinhou o aumento das trocas comerciais e do investimento entre os dois países e o “impacto muito positivo da cooperação económica e financeira, que desde 2007 envolve um montante global na ordem dos 634 milhões de euros em linhas de crédito concessional e empréstimos”.
Nas declarações aos jornalistas no final da cimeira, Passos Coelho destacou o papel da comunidade cabo-verdiana – com cerca de 42.500 imigrantes, a segunda maior em Portugal -, e afirmou que a sua “plena integração” é uma das prioridades comuns, tendo merecido um protocolo de cooperação com este objetivo.
O primeiro-ministro adiantou que em 2015 será organizada em Portugal uma conferência sobre a comunidade cabo-verdiana, com a participação das associações representativas.
Durante a cimeira, os dois governos defenderam a necessidade de “fazer avançar o debate em curso sobre a nova visão estratégica” da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse Passos Coelho, que reiterou o apoio de Portugal ao Instituto Internacional da Língua Portuguesa, que está sediado na Praia, capital cabo-verdiana.
Lisboa está também disponível para prestar “todo o apoio técnico” à candidatura cabo-verdiana da morna a património imaterial da UNESCO e “continuará a apoiar a aproximação entre a União Europeia e Cabo Verde, contribuindo para aprofundar a parceria especial existente”, acrescentou.
Fonte: Lusa
Portugal e Cabo Verde vão renovar cooperação para período 2016-2019 – Passos Coelho
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