O primeiro-ministro disse na manhã desta segunda-feira, 24, que o Orçamento de Estado para 2015 (OE) vai dar especial enfâse ao sector agrícola.
O OE 2015 começou a ser discutido esta segunda-feira, no Parlamento. José Maria Neves garantiu que o Governo vai continuar a trabalhar no sentido de construir uma agricultura “sustentável”, e cada vez menos dependente da “aleatoriedade” das chuvas.
“É por isso que temos tanto empenho na mobilização da água”, enfatizou o chefe do Governo destacando a construção de seis barragens e a edificação de mais três, no quadro do OE para 2015.
“Construímos diques, perfurações e reservatórios em todo lado”, sublinhou assegurando que, com a conclusão das obras em curso, “prevê-se mobilizar, até finais de 2014, cerca de 24.650.000 metros cúbicos (m3) ano”, ou seja, traduzidfo em miúdos, “duplicaremos o montante em quatro anos, sendo que a meta é mobilizar 57.000.000 m3, até 2016”.
O primeiro-ministro garantiu ainda que, no quadro do OE para 2015, será reforçada a acção social, nomeadamente as refeições quentes nas escolas, os transportes escolares e outras acções de apoio às crianças e adolescentes. “Este OE 2015 prevê a compra de produtos alimentares junto das comunidades, no montante de 105 mil contos, como forma de apoio aos agricultores.
PIB 2 A 3% 2014
José Maria Neves que considera que o país “cresceu, apesar da crise internacional”, diz que para este ano de 2014, “contamos com um crescimento do produto interno bruto (PIB) entre 2 e 3 por cento (%), uma melhoria justificada pelo bom comportamento das exportações”.
Para 2015 o chefe do Governo diz que se prevê um aumento do PIB entre 3 e 4%, “sustentado numa maior procura externa com base nos sinais de dinâmica das economias desenvolvidas, na retoma do investimento directo estrangeiro e na boa tendência das remessas”.
Quem não foi na cantiga foi o MpD, que, através do seu líder Parlamentar, afirmou que o OE 2015 é, “praticamente em tudo, uma cópia” dos orçamentos anteriores, cujos resultados “todos nós conhecemos”.
“Cada vez mais desemprego, principalmente entre os jovens, salário cada vez mais minguado para as necessidades básicas das famílias, insegurança cada vez maior nas nossas ruas, nas nossas casas e nas nossas vidas, injustiça cada vez mais incapaz de proteger os que sofrem a injustiça, e economia estagnada a crescer zero à esquerda”, realçou.
Para a UCUD, na voz do seu líder o OE 2015 “não satisfaz” os anseios da população cabo-verdiana. António Monteiro considera que o mesmo não leva em conta os mais necessitados.
“Temos um orçamento muito aquém daquilo que seria necessário para garantir às famílias aquilo que de mais essencial deveriam ter, que é o rendimento para poderem alimentar-se”, sublinhou o deputado considerando que o orçamento apresentado pelo Governo “não satisfaz as ambições e aspirações do povo cabo-verdiano”.
O PAICV considera, por seu turno, que, a proposta do OE 2015 é “anti-recessiva” e orienta-se para o crescimento e coesão social, assumindo “prudência” nas despesas.
Segundo o líder do grupo Parlamentar do PAICV, Felisberto Vieira, 2015 será um ano com “alguma dinâmica”, em termos de crescimento económico, que “se situará entre 3 a 4% do PIB. “O que, não sendo ideal”, representa um “enorme esforço” do Governo em “resistir” à tendências da crise internacional.
OE 2015 privilegia mobilização de água e agricultura
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