Otília Ramos, Directora de Alojamento do Meliã Dunas e Osvaldino Cruz – IT –manager do Meliã Tortuga e Dunas, no Sal, são a prova viva de que há cabo-verdianos a ocupar cargos de chefia nos chamados resorts “all inclusive”. Aliás, estes dois profissionais garantem que há oportunidades para os técnicos cabo-verdianos crescerem profissionalmente no sector.
Otília Ramos, uma salense de 41 anos vai ocupar o cargo de Directora de Alojamento do Dunas, cargo conhecido também por “governanta”. Um posto que já ocupou no Tortuga , durante três anos e meio. A aventura começou em 1996, quando ingressou no Dja d´Sal como camareira. O profissionalismo e o amor à arte têm moldado esta mãe de dois filhos e que já passou também pela cadeia RIU, durante sete anos.
Mas, foi no grupo Meliã que Otília veio encontrar o reconhecimento há muito aguardado. “Depois de três anos e meio no Tortuga acharam que eu podia governar o Dunas, deram-me mais um voto de confiança”. A mesma confiança que transmite às jovens que forma. “Eu digo sempre às minhas pupilas nas entrevistas e nas contratações que eu não tinha formação quando comecei, mas quando nos dedicamos, tudo é possível. Não precisamos de um diploma, mas sim de entrega e profissionalismo. Incentivo-as porque, se eu consegui subir de posto, elas também conseguem”.
Meliã dá mais oportunidades
Por isso, faz questão de dar também oportunidades às outras. “A minha sub-governanta que trouxe do RIU é agora governanta no Tortuga. Assim como as camareiras que trouxe também do RIU comigo para o Tortuga, algumas agora são supervisoras no Dunas”.
Otília considera que a cadeia Meliã, é uma das melhores no país e justifica porquê. “Acho que dá mais oportunidades, principalmente, a cabo-verdianos de crescerem. É uma cadeia que tem muitos chefes cabo-verdianos, o que não se vê em outras. Podiam ter trazido uma governanta de Espanha, porque têm mais de 300 hotéis, mas agradeço terem confiado em mim”. Esta governanta faz questão de salientar que, na sua opinião e, ao contrário do que muita gente diz, o all inclusive é bom para Cabo Verde. “Quando os resorts estão cheios o desemprego baixa. São hotéis como estes que dão a ganhar a Cabo Verde e aos cabo-verdianos”. Otília não esconde orgulho na profissão, porque como conclui a “governanta é a alma do hotel. Sem governanta o hotel não funciona”.
GC
Cabo-verdianos encabeçam cargos de chefia no “all inclusive”
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