A actual fase do turismo em Cabo Verde impõe uma reforma institucional na gestão dessa indústria, o que passa pela criação de um Conselho Nacional de Turismo. Esta é a opinião unânime dos participantes do workshop sobre a reforma do sector do turismo, que decorreu na ilha do Sal no último fim de semana. Momento para a estreia da nova titular do sector, Leonesa Fortes.
Os operadores turísticos entendem que é chegada a hora de o sector elevar o patamar institucional em que se encontra essa que é o principal ramo da economia cabo-verdiana. Os desafios para o turismo de pequenos estados insulares, a experiência das Seychelles, formas de envolver os empresários nacionais nas cadeias de valor do turismo e o fim ou não do chamado “all inclusive” foram os principais temas discutidos pelo workshop do Sal.
Promovido pelos ministérios do Turismo e das Finanças, em parceria com o Banco Mundial, os participantes do encontro entendem que, não obstante o caminho percorrido nos últimos anos, o sector está diante de novos e importantes desafios, que deverão ficar devidamente explanados no documento estratégico para o desenvolvimento do turismo no horizonte 2014 – 2024.
De resto, esta é também a opinião da recém-empossada ministra do Turismo, Investimento e Desenvolvimento Empresarial, Leonesa Fortes, segundo a qual “é altura agora de investirmos fortemente na qualidade e vencer o desafio de qualificação do setor turístico em toda sua cadeia de valor”.
Importa, de acordo com a governante, ampliar o crescimento turístico (que já ultrapassou a cifra dos 500 mil turistas por ano), diversificando a oferta, e potenciar uma participação mais efectiva do sector privado nacional no sector.
Conselho Nacional de Turismo
Sendo assim ficou assente a necessidade de um novo figurino institucional para o turismo de modo a garantir uma maior articulação entre todos os actores que operam no sector. Daí que a principal recomendação do encontro acabe por apontar para a criação do Conselho Nacional de Turismo. Esta proposta foi assumida, também, por Leonesa Fortes como a sua grande prioridade de curto prazo.
“O turismo é um sector transversal, portanto, para além da unidade própria de coordenação, há questões do saneamento, da energia, da água, da promoção, por isso há que fazer esta articulação entre todos intervenientes”, reconhece a ministra. E, nesse sentido, fez saber que “terá que haver uma forte complementaridade entre o poder central e o poder local neste processo’’.
Da sua parte, a Câmara de Turismo encara a reforma do sector como fundamental para o futuro do país. O seu vice-presidente, Diniz Fonseca, congratula-se com a ideia do Conselho Nacional de Turismo, uma vez que isso irá garantir “uma participação efectiva do sector privado nas instituições que vão gerir o sector, algo que pode fazer a diferença”.
“Quando digo do sector privado também digo da população”, esclarece Diniz Fonseca que entende que o turismo só será eficaz se a população se sentir integrada e fazer parte dessa cadeia de valores, acrescenta.
No fim dos trabalhos coube à ministra das Finanças e Planeamento, Cristina Duarte, encerrar o workshop, reiterando que a ideia de que a mudança do modelo de governação do turismo é urgente, caso Cabo Verde queira elevar o seu padrão de qualidade e ganhar a batalha da concorrência.
Conforme fez saber, o plano estratégico do turismo 2014 – 2024 englobará todas as recomendações de médio e longo – prazos saídos do fórum do Sal. A sua elaboração conta com o apoio técnico da Organização Mundial do Turismo.
Operadores defendem Conselho Nacional de Turismo
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