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Economia

Banco Mundial prevê crescimento de 3% este ano mas alerta para recuperação “frágil”

O Banco Mundial prevê que a economia mundial tenha crescido 2,6% em 2014, acelerando o ritmo de crescimento para os 3% este ano, mas alerta para o “ambiente económico incerto” e destaca a “recuperação global frágil”.
No seu relatório bienal ‘Global Economic Prospects’ (Perspectivas Económicas Globais), o Banco Mundial afirma que, após um “ano decepcionante de 2014”, é expectável que os países em desenvolvimento tenham um “ligeiro aumento” do seu crescimento em 2015, impulsionado por “baixos preços de petróleo, uma economia norte-americana mais forte, contínuas baixas taxas de juro globais, bem como diminuição de obstáculos internos em vários maiores mercados emergentes”.
Depois de um crescimento da economia global de 2,6% em 2014, o Banco Mundial antecipa que cresça 3% este ano, 3,3% em 2016 e 3,2% em 2017, num desempenho que se deverá sobretudo à evolução dos países em desenvolvimento.
Este grupo de países deverá ter crescido 4,4% em 2014, prevendo-se um crescimento de 4,8% em 2015, de 5,3% em 2016 e de 5,4% em 2017, segundo o relatório.
Já quanto às previsões dos países desenvolvidos, o Banco Mundial prevê que, em 2014, tenham crescido 1,8% e que cresçam 2,2% este ano, 2,4% em 2016, um aumento que deverá abrandar para os 2,2% em 2017, o último ano do horizonte das projecções.
“Neste ambiente económico incerto, os países em desenvolvimento precisam de utilizar os seus recursos de forma criteriosa com vista a apoiar programas sociais com uma concentração absoluta nos pobres e realizar reformas estruturais que investem em pessoas”, afirmou o presidente do Banco Mundial Jim Yong Kim, citado numa nota.
Para o economista norte-americano de origem sul-coreana, “é igualmente fundamental que os países removam quaisquer obstáculos desnecessários para o investimento do sector privado”, que disse ser “de longe a melhor fonte de emprego e isso pode retirar centenas de milhões de pessoas da pobreza”.
Em relação ao grupo de países desenvolvidos, os Estados Unidos e o Reino Unido serão as economias com melhores desempenhos: o Banco Mundial prevê que, depois de ter crescido 2,4% em 2014, a economia norte-americana cresça 3,2% este ano, abrandando depois o ritmo de crescimento para os 3% em 2016 e para os 2,4% no ano seguinte. Quanto à economia britânica, estima-se que tenha crescido 2,6% em 2014 e que cresça 2,9% este ano, 2,6% em 2016 e 2,2% em 2017.
Num contexto de “recuperação global frágil”, o Banco Mundial considera que há “cada vez mais tendências divergentes com implicações substanciais para o crescimento global”.
Por um lado, “a actividade nos Estados Unidos e no Reino Unido está a registar dinamismo”, mas, por outro, “a recuperação tem sido trôpega na zona euro e Japão à medida que os legados da crise financeira persistem”.
Em relação à zona euro, o Banco Mundial fala do “crescimento lento” e da “desconfortavelmente baixa inflação” que “pode ser prolongada”, prevendo um crescimento económico de 1,1% em 2015, de 1,6% em 2016 e em 2017. Quanto ao Japão, a estimativa do Banco Mundial é de um crescimento de 1,2% este ano e de 1,6% no próximo.
A instituição liderada por Jim Yong Kim considera que os riscos “continuam inclinados para o lado negativo”, devido ao comércio global “persistentemente fraco”, à “possibilidade de volatilidade do mercado financeiro”, aos baixos preços do petróleo” que pressionam os países produtores e também devido ao “período prolongado de estagnação ou deflação” que se vive na zona euro e no Japão.
O economista-chefe do Banco Mundial, Kaushik Basu disse, no entanto, que “existe uma luz no fundo do túnel”, uma vez que o preço de petróleo mais baixo “que se espera que persista ao longo de 2015”, está a baixar a inflação a nível mundial e “pode retardar a subida da taxa de juro nos países ricos”.
De acordo com o economista, isto “cria uma janela de oportunidade para os países importadores de petróleo”, como a China e a Índia, reiterando Kaushik Basu que “o importante é que as nações usem esta janela de oportunidades para embarcar em reformas orçamentais e estruturais, o que pode impulsionar um crescimento de longo prazo e desenvolvimento inclusivo”.
Fonte. Lusa

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