A nova presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, quer unir o partido e trabalhar com todos os militantes para vencer as três eleições agendadas para 2016.
Em entrevista à agência Lusa, Janira Hopffer Almada, escolhida há cerca de duas semanas em eleições diretas, disse ainda que a estratégia será divulgada no congresso do partido marcado para janeiro, ocasião em que será formalmente empossada no cargo de presidente do PAICV.
Cabo Verde deverá realizar eleições presidenciais, legislativas e autárquicas em 20126.
“Eu não tenho adversários dentro do partido e não tive adversários durante a disputa interna. O que eu tive foram companheiros de jornada que têm visões completamente diferentes das minhas”, sublinhou.
Janira Hopffer Almada, 35 anos e atual ministra da Juventude, Emprego e Desenvolvimento dos Recursos Humanos, obteve 51,2% dos votos, contra 40,4% de Felisberto Vieira, líder parlamentar do PAICV, e 8,4% de Cristina Fontes Lima, que era ministra Adjunta e da Saúde e entretanto pediu a demissão do cargo.
Mas, para já, a vencedora das diretas no PAICV não abre o jogo quanto à estratégia para o seu partido voltar a vencer o maior partido da oposição, o Movimento para a Democracia (MpD).
“Naturalmente que não se deve divulgar a estratégia que se pretende seja vencedora antes do momento próprio. Todas as estratégias devem ser divulgadas no momento próprio, e aprendi, desde logo, que o ‘timing’ e oportunidade na política são determinantes para a vitória”, defendeu.
Janira Hopffer Almada indicou que o momento da sua consagração como líder do PAICV será no congresso de janeiro, mas adiantou que já se reuniu com os candidatos derrotados no pleito eleitoral, para manifestar a sua “firme convicção” de contar com eles para os próximos embates eleitorais.
A nova presidente garantiu que as reações de Felisberto Vieira e Cristina Fontes Lima foram “muito positivas” e de “grande abertura”.
Na entrevista à Lusa, Janira Hopffer Almada disse que serão as determinações que vão ser aprovadas no congresso a ditar se continuará ou não no governo liderado por José Maria Neves, que já disse que se manterá como primeiro-ministro até às legislativas de 2016.
José Maria Neves tinha anunciado previamente que não pretendia recandidatar-se ao cargo de presidente e manteve-se à margem do processo da sua substituição na liderança partidária.
“[Sair do Governo] é uma questão que não coloco neste momento, porque existem determinações que devem sair do congresso do meu partido e essa decisão que terei de tomar no futuro dependerá do nível de organização e funcionamento que eu entender depois do congresso que o partido precisa”, sustentou.
“O que eu gostaria de assegurar a todos os militantes é que colocarei sempre os interesses do PAICV e da Nação cabo-verdiana acima de quaisquer outros. Estarei disponível para dar o meu contributo e para fazer o melhor que sei que posso enquanto líder eleita do partido lá onde for o mais conveniente e onde for o mais necessário”, continuou.
Entendendo que se deve “separar as águas”, a dirigente partidária lembrou que foi eleita líder do partido, mas não é chefe do Governo cabo-verdiano.
“Nós temos um chefe do Governo que naturalmente deverá se pronunciar sobre as questões inerentes à governação porque aí cabe a ele a coordenação do trabalho governamental”, concluiu.
Fonte: Lusa
Nova líder do PAICV quer união de todos para vencer eleições de 2016
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