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Fogo

Erupção do Vulcão do Fogo: Guardião e Dornier inoperacionais

Num momento em que país mais precisava, por causa da erupção do vulcão do Fogo, que ocorre desde o dia 23 de Novembro, os meios navais e aéreos da Guarda Costeira estão inoperacionais. O ministro da Defesa, Rui Semedo, lamenta esta “triste coincidência”.
Quanto todos contavam que o avião Dornier e navio Guardião da Guarda Costeira poderiam constituir uma mais-valia para fazer face às necessidades de protecção civil e de suporte logístico, que surgiram na decorrência da erupção vulcânica na ilha do Fogo, essas duas unidades não foram disponibilizadas, como seria de esperar. Coincidentemente, esses dois meios estavam todos em manutenção.
O Guardião, que chegou há três anos a Cabo Verde, está na doca da Cabnave em manutenção de rotina, enquanto o Dornier, que voa de vez em quando, está, segundo informações oficiais, também em manutenção.
Confrontado com este quadro, o ministro da Defesa Nacional, Rui Semedo, começou por dizer que, “coincidentemente”, esses dois meios estavam em manutenção.
O Vigilante, uma outra embarcação da Guarda Costeira, já não conta sequer, porquanto, de acordo com aquele governante, está em processo de desativação para a sua alienação e que as outras embarcações da GC não têm sequer capacidade para o tipo de missões como o socorro à ilha do Fogo.
“O Guardião esteve ainda num processo de manutenção em água, aguardando a disponibilidade da Cabnave. Entrando na doca o navio tem ser verificado na profundidade das necessidades de intervenção, e é isto que está em curso”, explica o ministro garantindo que já foram identificadas todas as necessidades de intervenção e peças de reposição.
Rui Semedo diz que o mesmo acontece com o Dornier, para o qual também já foram identificadas peças de reposição e que “dentro de dias” serão repostas para que essa aeronave possa estar operacional.
COINCIDÊNCIAS
Entretanto, com esta série de “coincidências”, o titular da defesa nacional reconhece é necessário ter mais meios. “Se tivermos mais uma unidade naval, do tipo do Guardião, quando um for para a manutenção, será possível ter outro operacional. Podemos dizer o mesmo em relação aos meios aéreos”, sublinha.
Rui Semedo realça ainda que com dois meios de cada uma das esquadrilhas “é possível programar as manutenções garantido a operacionalidade de pelo menos uma unidade naval e outra aérea”.
Entretanto, mesmo estando operacionais, as unidades  navais e aéreas existentes têm tido grandes limitações na sua mobilidade. Aqui em causa estão os recursos humanos para dotar as respectivas tripulações e de recursos financeiros para efetuar patrulhas programadas e mesmo para a sua manutenção. A título de exemplo, para a manutenção do Dornier o Estado Maior das Forças Armadas tem de pagar à TACV cerca de 500 contos/mês, mas A NAÇÃO sabe que, neste momento a dívida ultrapassa os 50 mil contos.
Sobre esses dois aspectos – tripulação e recursos financeiros para a operacionalização dos meios – o ministro da Defesa diz que em relação aos recursos humanos “tem havido investimentos”.
De acordo com o governante, foram formados novos quadros e há outros em processo de formação no quadro de cooperação com vários países, pelo que “hoje temos mais disponibilidades em termos de guarnição”.
DESAFIOS
Com este quadro há quem questione, entretanto, como é que Cabo Verde, que não consegue manter no ar um Dornier, por exemplo, pode querer mais aviões para o seu sistema de segurança aérea. Rui Semedo responde que este é um desafio que o país terá de “resolver paulatinamente”, dado que Cabo Verde “tem o desafio não só no domínio da protecção civil, mas também do exercício da sua soberania”.
O certo é que sem os meios navais e aéreos da Guarda Costeira disponíveis, o Governo vai se socorrendo do rebocador Damão e do avião da Cabo Verde Express para fazer face às necessidades decorrentes da erupção vulcânica que assola a ilha do Fogo desde o passado dia 23 de Novembro.

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