Cabo Verde pode ser uma plataforma para pólos de desenvolvimento em setores chave da competitividade num mundo cada vez mais globalizado, afirmou hoje o economista português e antigo ministro da Agricultura Jaime Silva.
O atual diretor-geral da empresa Enterprise & Industry, ligada à Comissão Europeia (CE), falava na qualidade de porta-voz de uma missão a Cabo Verde de 50 empresários de 11 países da União Europeia (UE), visita integrada no quadro das relações de cooperação económica entre a UE e o arquipélago e nas políticas de internacionalização das pequenas e médias empresas (PME) europeias.
Citado pela Inforpress, Jaime Silva lembrou que Cabo Verde está localizado num lugar estratégico que pode ser uma plataforma para a África Ocidental, no desenvolvimento de setores chave da competitividade mundial, sobretudo no domínio das tecnologias de comunicação e informação, as TIC.
Integrado na “Missão para o Crescimento em Cabo Verde” (“Mission to Growth to Cape Verde”) da Comissão Europeia (CE), o também conselheiro do diretor-geral da instituição, Didier Herbert, explicou que a escolha do arquipélago para acolher a reunião teve em conta a Parceria Especial com a UE, e alguns dos padrões mais elevados de África na organização social, democracia e governação.
“Cabo Verde é apresentado em Bruxelas como um modelo na política de apoio ao desenvolvimento na UE, com uma democracia estável, e é um exemplo para outros países africanos”, acrescentou Jaime Silva, que, entre 2005 e 2009, foi ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas no XVII Governo Constitucional, liderado por José Sócrates.
Contudo, avançou que o objetivo da UE é fazer encontros entre empresários das PME europeias com representantes dos principais setores económicos e empresariais de Cabo Verde, em paralelo com os acordos de natureza política, trazendo ao arquipélago os agentes que estão ligados à economia real e mostrar-lhes a realidade cabo-verdiana.
A ideia, acrescentou, é permitir que as empresas acompanhem o diálogo político e, simultaneamente, consigam encontrar parceiros para poderem fazer investimentos, parcerias e, se possível, criar uma plataforma para África Ocidental nas áreas do turismo, energias renováveis e TIC.
Questionado se Cabo Verde tem potencial para explorar zonas francas, Jaime Silva respondeu que sim, salvaguardando, porém, que não é essa a área que a UE privilegia, mas admitindo que será uma “mais valia” investir em zonas francas num país arquipelágico, situado num triângulo entre a Europa, África e América.
A missão dos empresários europeus estende-se também a outras ilhas, onde irão observar projetos empresariais e industriais em São Vicente e no Sal.
Fonte: Lusa
Cabo Verde pode ser plataforma em setores chave da competitividade
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