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Economia

Empresa portuguesa de panificação recebe Prémio Empreendedorismo em Cabo Verde

A empresa portuguesa “Pão Quente de Cabo Verde” recebeu hoje o Prémio de Empreendedorismo de 2016, atribuído pela Universidade Jean Piaget cabo-verdiana, que distinguiu a atividade e estratégia empresarial desenvolvida no país desde 2006.
Numa breve cerimónia, a empresa portuguesa recebeu o Diploma de Mérito Empresarial das mãos do embaixador de Portugal em Cabo Verde, Bernardo Homem de Lucena, que presidiu à cerimónia de entrega de um prémio que o Centro de Desenvolvimento Empresarial da UniPiaget promove desde 2004.
Luís Filipe Tavares, administrador da UniPiaget, destacou a importância da empresa portuguesa no abastecimento de pão ao mercado praiense e a forma inovadora como a empresa acabou por se instalar em Cabo Verde e que já criou 259 empregos.
Em 2006, a “Pão Quente” abriu a primeira loja na Cidade da Praia e, desde então, seguiram-se outras cinco, igualmente na capital cabo-verdiana, e outra na Assomada, no concelho de Santa Catarina (interior da ilha de Santiago), abastecendo de pão e pastelaria milhares de famílias e dezenas de restaurantes e hotéis das duas regiões.
A empresa portuguesa pertence 100% ao grupo MSTN, igualmente de Portugal, disseram à agência Lusa o presidente da “Pão Quente”, Luís Catela, e o diretor-geral, Manuel Araújo, que relevaram o facto de, desde 2006, a taxa média de crescimento tem rondado os 9% e que, em 2013, o volume de negócios atingiu os 5,2 milhões de euros.
Diariamente, as sete lojas, acrescentaram, fabricam cerca de 80 mil pães de vários formatos, a maioria carcaças, bem como quase 3.000 bolos e salgados, empregando 259 trabalhadores, na quase totalidade cabo-verdianos.
“Conseguimos o que sempre pretendemos desde o início: consistência e diversidade, que levou à credibilidade”, frisou Luís Catela à Lusa, lembrando que a “Pão Quente” está aberta 363 dias por ano – fecha apenas nos dias de Natal e de Ano Novo -, laborando diariamente em turnos ao longo de 16 horas.
Segundo Manuel Araújo, a empresa nunca fechou as portas e, mesmo em períodos de maior dificuldade de acesso à matéria-prima, acabou por recorrer aos “stocks” – “rondam os 60.000 contos (544 mil euros) -, que se obrigaram a acumular para garantir o abastecimento de pão à Cidade da Praia.
Atualmente, acrescentou Manuel Araújo, estão em curso estudos de mercado para estender a atividade às ilhas de São Vicente e Sal, estando igualmente a ser ponderada a possibilidade de a empresa expandir-se para Angola, Moçambique, Guiné Equatorial e Qatar.
Na cerimónia, que decorreu no auditório da UniPiaget na presença de mais de duas centenas de alunos universitários, Bernardo Lucena destacou o “impacto e a aceitação” que a empresa portuguesa tem tido no mercado praiense e na Assomada, realçando ter-se tornado um “exemplo do bom empreendedorismo”.
“Eu próprio sou testemunha, como cliente regular, da adaptação e adequação da «Pão Quente» no mercado cabo-verdiano. Em Lisboa, não é normal uma padaria ou pastelaria servir cachupa ao pequeno-almoço. Em Cabo Verde, a «Pão Quente» fá-lo, o que constitui sinal um simbólico dessa adaptação”, observou.
Perante os estudantes, o diplomata português lembrou que Portugal disponibilizou a Cabo Verde 400 mil euros para programas de empreendedorismo nas escolas do ensino secundário, com o intuito de os preparar para uma conceito que é “normal”, por exemplo, nos Estados Unidos, e que só muito mais tarde chegou a Portugal e a Cabo Verde.
Fonte: Lusa

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