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Sociedade

Familiares de “Zezito denti d’ouro” pedem justiça

Os familiares de José Lopes Cabral, “Zezito Denti D’Ouro”, morto na noite da passada segunda-feira, 13, na cidade da Praia, supostamente numa troca de tiros com os agentes da Policia Judiciária (PJ), pedem justiça e abertura de um inquérito para esclarecer as circunstâncias em que Zezito foi abatido.
Conforme Edna Mendes Cabral, irmã do extinto, o irmão foi vítima de uma “barbaridade”, uma vez que o falecido não tem nada a ver com a morte da mãe da inspectora da PJ Kátia Tavares. “Zezito estava em Portugal e regressou a Cabo Verde depois da morte de Isabel Moreira (mãe da Inspectora), morta no dia 17 de Setembro; ele chegou no dia seguinte, 18 de Setembro. E  isso pode ser provado no passaporte que se encontra nas mãos da PJ”.
Por seu turno,  Carla Dias da Veiga, mãe de uma filha de Zezito, confirma que este esteve preso na Holanda, mas por documentos falsos, no que foi levado a deixar o país “voluntariamente”, pelo que decidiu vir para Cabo Verde, aqui chegando no dia 18 de Setembro e foi residir em Chão Bom, concelho do Tarrafal.
Conforme Adelino Ary (condutor do veiculo em que seguia Zezito), contrariamente ao que foi veiculado, ele e Zezito não estavam nas redondezas da casa da inspectora da PJ, Kátia Tavares, na Cidadela. “Nós vínhamos de um jantar realizado na casa de um amigo no Bairro de Eugénio Lima. E quando chegámos no cruzamento onde há um cercado azul, na Cidadela, fomos encurralados por carros da PJ e colocamos as mãos para altura. Eu fui tirado do carro e colocaram-me deitado no chão no outro lado da estrada, e nisso começaram a gritar ‘arma, arma’, e começaram a disparar contra Zezito”.
Ary afirma ainda que Zezito trajava uma “t shirt azul” e “calções brancos”, contrariamente do que foi dito que ele usa vestes de muçulmano. “As roupas que ele usava devem também ser mostradas para não confundir as pessoas. E em relação à arma de fogo, esta deve ser apresentada também porque não tínhamos arma nenhuma. Isso tudo foi um filme criado pelos agentes da PJ. Queremos a abertura de um inquérito para que a justiça seja feita”, conclui.
Os familiares afirmam que o funeral de Zezito aconteceu na manhã desta sexta-feira, 17 de Outubro, e garantem que esta história só terminará no dia em que tudo for esclarecido.
De recordar que, num comunicado emitido terça-feira, a PJ disse que “estasegunda-feira, 13 de Outubro, por volta das 23:00 horas, na zona da cidadela, uma equipa de elementos da Polícia Judiciária abordou a viatura em que se fazia transportar José Lopes Cabral, conhecido por “Zezito Denti Doru”, suspeito de estar envolvido na preparação de homicídios a funcionários da Polícia Judiciária e do Ministério Público, relacionados com a morte da mãe da Coordenadora de Investigação Criminal da Polícia Judiciária”.
“O condutor da viatura não ofereceu qualquer resistência, ao contrário de Zezito, que  optou por resistir às ordens que lhe foram transmitidas, recorrendo à arma que tinha em sua posse, de calibre 9 mm, o que desencadeou um tiroteio, no qual foi ferido um inspector da PJ, resultando ainda a morte do presumível assassino”, refere o comunicado.

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