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Moçambique/eleições: Candidato da FRELIMO mantém liderança

O candidato da Frelimo nas eleições presidenciais em Moçambique, Filipe Nyusi, lidera a contagem de votos, com 63,02%, contra 29,42% do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, quando estava apurado um quarto dos votos dos 11 círculos eleitorais.
Os mais recentes dados do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) indicam que, apurados 1.254.102 votos (24,58% do total) expressos nas eleições gerais realizadas na quarta-feira, o candidato do partido no poder conseguiu 790.292, enquanto o líder do principal partido da oposição moçambicana, alcançou 368.975.
Até cerca das 17:00 locais (16:00 em Portugal), o STAE processou os resultados de 4.181 mesas de voto, de um total de 17.010, relativas às presidenciais e continua a compilar os resultados das legislativas.
O líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, posicionava-se na terceira posição em todos os círculos eleitorais com um total de 94.835 votos, o que corresponde a 7,5% do total escrutinado.
De acordo com os dados do STAE, Filipe Nyusi vencia na quase totalidade das províncias, mas perdia ligeiramente para Afonso Dhlakama os dois maiores círculos eleitorais moçambicanos: Nampula e Zambézia.
Em Nampula, Afonso Dhlakama obteve 47,70% dos votos apurados, enquanto Filipe Nyusi conseguiu 45.9% nas 3071 mesas de votos, quando já estavam apuradas 372, 12,11% do total.
Na Zambézia, onde o STAE apurou 17,51% das mesas, o candidato da Renamo conseguiu 46,91% dos votos, enquanto o seu adversário direto teve 44,43%.
Na cidade de Maputo, que tem o estatuto de província, o candidato presidencial da Frelimo vencia com 68,4%, quando já estavam processados 69,32% de um total de 289.033 votos.
Os resultados finais das eleições gerais moçambicanas deverão ser oficialmente divulgados dentro de duas semanas.
O porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), António Muchanga, reivindicou hoje a vitória do partido nas eleições gerais e disse que não reconhece os resultados eleitorais por alegadas irregularidades que interferiram no processo eleitoral.
Apesar de ainda escassos face ao universo eleitoral, os primeiros dados revelados pelo STAE mantinham-se em linha com uma projeção divulgada no boletim do Centro de Integridade Pública (CIP) e da Associação dos Parlamentares Europeus em África (AWEPA), que acompanham de perto o processo eleitoral através de uma rede de 150 jornalistas em todo o país.
A projeção baseada em dados e informações recolhidas pelas duas organizações apontam para a vitória de Nyusi nas presidenciais com 60%, à frente de Afonso Dhlakama (32%) e Daviz Simango (8%).
Nas legislativas, a projeção prevê o triunfo da Frelimo com 57% e 142 deputados, seguida pela Renamo (30% e 75 lugares) e do MDM (12% e 31 mandatos).
A abstenção, segundo a projeção, será de 50 por cento.
O Observatório Eleitoral, a maior estrutura de observação das eleições em Moçambique, divulgou por seu lado uma outra projeção, que também dá a vitória a Nyusi e à Frelimo.
Quando já tinha processado dados em 67% de 2,107 mesas de voto analisadas, o Observatório prevê uma vitória de Nyusi com 60% dos votos, contra 32% de Dhlakama e 7,5% de Simango.
A Frelimo ganha também as legislativas com 58% dos votos, a Renamo alcança 29,5% e o MDM obtém 10,4%, segundo a projeção que calcula uma abstenção de 51,5 por cento.
Mais de dez milhões de moçambicanos foram chamados na quarta-feira a escolher um novo Presidente da República, 250 deputados da Assembleia da República e 811 membros das assembleias provinciais.
No escrutínio concorreram três candidatos presidenciais e 30 coligações e partidos políticos.
 
Fonte: Lusa

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