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Cultura

Rap Soldiers: O rap como forma de mudar mentalidades

Os “Rap Soldiers” – Soldados do Rap, formado por sete elementos do Madeiralzinho, ilha de São Vicente – não se cansam de chamar a atenção aos jovens para a mudança de mentalidades na nossa sociedade, mas também apontam o dedo ao poder central e local. Já têm um trabalho no mercado “E.L.I.Z.I.E.D.E.R” mas até o final do ano contam lançar “Max um jornada”.
Educação e política estão na linha da frente das intervenções musicais dos Rap Soldiers. O grupo é constituído por Soulj (22 anos), Drenny (23), Kley (19) e Gunz (27) todos vocalistas, Odaiiline (16), Hilário (22) coros, Vává (23) Dj.
O rap crioulo tem servido, de um modo geral, para os jovens espalharem mensagens e apelos a uma mudança de atitude, perante a sociedade, mas também de de comportamento já que as letras são críticas de muitos aspectos da nossa vida colectiva. “Esse papel já está a ter efeito nos jovens porque, verdade seja dita, não são as autoridades, ou seja, os ‘mascarados’ que estão a ter esse papel de diminuir a guerra de gangs em São Vicente mas sim as mensagens que trazemos nas músicas que os faz acreditar num amanhã melhor porque eles têm-nos como uma voz que eles não conseguem ter para  libertar a revolta com as entidades e com os seus pais”, afirma Kevin “Soulj” Fonseca.
É através de uma caneta, um papel, para depois transpor para o microfone em cima de um “beat” que os Rap Soldiers mandam as suas mensagens para todos, não só para serem ouvidas, mas também assimiladas e postas em prática, para que Cabo Verde tenha um futuro melhor para os jovens. “O nosso maior propósito é trazer à sociedade tudo o que acontece no dia-dia-dia de cada um deles e que muitas vezes não apercebem-se da situação”, afirma Soulj.
Para os responsáveis máximos do país, aqueles que governam Cabo Verde nos mais diversos sentidos, o poder central, o poder local e todos os outros, os Rap Soldiers querem, sobretudo, mostrar as dificuldades em que vive o povo no seu dia a dia. “Pretendemos tentar mostrar as diversas dificuldades que o povo atravessa para poder  ter um pão de cada dia e sustentar a família e a música rap foi a melhor forma de levar até a população e também ao sector público todos os nossos pontos de vista”.
Primeiro trabalho de intervenção
O primeiro trabalho do grupo saiu no mercado em 2013. O mixtape de 17 músicas que iria chamar-se “Voz di Kuração” acabou por se chamar E.L.I.Z.I.E.N.D.E.R., em homenagem “ao nosso companheiro de luta, grande amigo e um dos melhores cantores de R&B de Cabo Verde, e um dos responsáveis pelo nosso trabalho, que faleceu ainda antes do trabalho estar pronto, Elizender”.
Nesse primeiro trabalho os Rap Soldiers queriam tocar no coração de cada cabo-verdiano. “Demos esse nome ao grupo porque quando entramos no mundo do rap de imediato queríamos fazer parte dessa luta que os rappers  travam com tais acontecimentos, como por exemplo dentro da nossa sociedade, ou seja queríamos ser os ‘soldados do rap’ lutar pelo rap, não só crioulo, mas também mundial”.
Rap Soldiers nasceu da junção de um antigo grupo de Soulj e Romário. “Um novo projecto que, juntos, decidimos avançar. Queríamos ser os soldados do rap. Mais tarde devido a uma ideia do nosso amigo, o rapper Kiddye Bonz, decidimos alterar o nome para Rap Soldiers. Com o passar do tempo o grupo foi ficando cada vez maior e hoje somos sete elementos, mais o manager”, conta Soulj que ressalta a saída do outro elemento Skut “sem dúvida um dos melhores de Cabo verde”.
Próximo trabalho
Mantendo a mesma linha de intervenção social, os Rap Soldiers já têm em carteira alguns trabalhos que querem ver realizados ainda este ano. “Neste momento estamos a trabalhar no nosso primeiro videoclip que será de um dos hits da música ”kada vez mais rap soldiers”, e até final deste ano estamos com a perspectiva de lançar mais dois”.
O próximo trabalho, “Max um jornada”, também deve estar no forno, para sair antes do final do ano. Até lá os Rap Soldiers têm como palco de actuação as ilhas de São Vicente, Santo Antão, São Nicolau, Sal e Boa Vista. “A linha sempre será a mesma e com ambição de conquistar mais público”, conclui Soulj.

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