O presidente do Partido Socialista (PS) e Primeiro-Ministro (PM) Luso, António Costa, parte como favorito para as Legislativas Antecipadas de 30 de Janeiro (com 38,5 por cento – %), mas teria de encontrar parceiros no Parlamento. PSD (Partiodo Social-Democrático) está mais fraco (24,5%), mas o conjunto da Direita está mais forte (e fragmentada) do que em 2019.
Se as Eleições Legislativas fossem hoje (e não a 30 de Janeiro, como já se sabe que será!) – reporta jn.pt -, o PS seria o vencedor (com 38,5%), sem maioria absoluta, mas com 14 pontos de vantagem sobre o PSD (24,4%).
A Esquerda continuaria a ser maioritária no Parlamento (Assembleia da República), com o BE (Bloco de Esquerda) em terceiro (8,8%), à frente do Chega (7,7%). Seguem-se Iniciativa Liberal (4,7%), CDU (Coligação Democrática Unida, com 4,6%), PAN (Partido Pessoas, Animais e Natureza, 2,8%) e CDS (Centro Democrático Social, com 2%).
Novas dinâmicas?
Confirma-se, por agora, um dos cenários que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, antecipou, quando insistiu para que o Parlamento não chumbasse o Orçamento do Estado. Haveria Eleições e a possibilidade de tudo ficar mais ou menos na mesma. Recorrendo à expressão usada por vários analistas: um pântano político.
As próximas semanas serão fundamentais, no entanto, para perceber se haverá novas dinâmicas políticas. Sobretudo à Direita, e, em particular, no PSD, que escolherá o seu líder e candidato a PM, a 4 de Dezembro.
Sem maioria absoluta
Enquanto isso não acontece, quem ganha é António Costa: o PS está quase um ponto percentual acima do resultado do último Barómetro, em julho passado, e com mais dois pontos do que o resultado das Legislativas de 2019 (tem agora 38,5%).
Não é suficiente para a maioria “estável, reforçada e duradoura” que o PM pediu, aquando do chumbo do Orçamento. A única vez que os Socialistas conseguiram maioria absoluta, com Sócrates, em 2005, foram necessários 45% dos votos.
Retrato
Garantida neste retrato está apenas uma maioria de Esquerda no Parlamento. Mesmo que a relação de forças não seja exatamente a mesma que saiu das últimas Legislativas. O Bloco de Esquerda resiste melhor ao “abraço de urso” do PS e até cresce um ponto, relativamente a Julho passado, mesmo que ainda esteja a algumas décimas do resultado das últimas Eleições (marca 8,8%).
Os Comunistas (CDU) estão em pior posição: continuam atrás dos Liberais e quase dois pontos abaixo de 2019 (a projecção é de 4,6%).
Nuvens negras à Esquerda
Tudo somado, os três partidos que formaram a “Geringonça” valem, neste momento, quase 52%, o mesmo que nas últimas Legislativas e mais 13 pontos que a soma dos quatro partidos à Direita. Mas há nuvens negras no horizonte: Costa tem, pela primeira vez, um saldo negativo na avaliação dos portugueses; enquanto Catarina (do BE) e Jerónimo (CDU) pioram, substancialmente, a sua imagem junto dos eleitores, no que pode ser um primeiro sinal de castigo.
Outro dos potenciais parceiros dos Socialistas, o PAN, não sai bem da fotografia do momento. É o Partido que mais perde relativamente ao Barómetro de Julho (quase dois pontos) e está a meio ponto do que conseguiu nas últimas Legislativas (tem agora 2,8%). Ao contrário do ano passado, o esforço para viabilizar o Orçamento (com a abstenção) não lhe rende intenções de voto.
Direita fragmentada
Comparando com a composição actual do Parlamento, as diferenças à Direita, em caso de Eleições, seriam substanciais. A soma daria mais quatro pontos do que há dois anos, mas, num cenário fragmentado, graças à capacidade de crescimento das novas Forças Políticas (Chega e Iniciativa Liberal).
A Direita clássica (PSD e CDS) ficaria enfraquecida (perde mais de cinco pontos), enquanto a Direita liberal e radical conquistaria uma força razoável (ganha quase 12 pontos).
A situação mais difícil de avaliar, nesta altura, é a do PSD. Está com 24,4% (não é a primeira vez que desce para este patamar), ou seja: com menos três pontos que nas últimas legislativas. Mas também está em processo de luta interna pela liderança, e, portanto, numa situação de indefinição. Com uma nova liderança (Paulo Rangel) ou um líder reforçado (Rui Rio) poderá ser bastante diferente.